Paulo Figueiredo Filho
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Comunidade de apoio ao jornalista Paulo Figueiredo. Empresário/Economista/Jornalista. Relações Internacionais na London School of Economics, US Government e Negociação em Harvard, Economia no MIT.
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Artigo: O que o Ministro da Defesa de Lula vai fazer encontrando generais venezuelanos? Eu sei.
  • Por Paulo Figueiredo Filho

José Múcio, Ministro da Defesa no governo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, está agendado para realizar reuniões com altos oficiais militares da Venezuela, todos sob o comando do regime de Nicolás Maduro. A visita faz parte de um itinerário mais amplo que também inclui uma parada na Colômbia. A iniciativa levanta questões, já que se espera que Múcio converse com figuras políticas controversas, como Iván Velásquez Gómez, o Ministro da Defesa colombiano, e Vladimir Padrino López, o general e braço direito de Maduro em questões de defesa.

A aproximação de Múcio com o comando militar venezuelano suscita questões críticas. Uma delas é o processo de "Madurização" das Forças Armadas da Venezuela. Nicolás Maduro não apenas encheu os altos escalões militares com leais ao seu regime, mas também implementou mudanças sistêmicas para garantir sua lealdade. Ele mudou os critérios de promoção dentro das forças armadas, tornando a lealdade ao regime um fator mais significativo do que o mérito ou a experiência.

Maduro também inflou de forma exorbitante o número de generais. O Brasil, por exemplo, com uma população significativamente maior e uma força militar mais extensa, conta com cerca de 130 generais. A Venezuela, por outro lado, tem mais de 2.000 generais, apesar de sua população menor e forças armadas reduzidas. Esta superlotação de generais não é aleatória; é uma estratégia para diluir o poder entre um grande número de pessoas, tornando cada general individualmente mais fraco e mais dependente do regime.

Além disso, o regime de Maduro oferece aos militares acessos a recursos e privilégios que não são acessíveis ao cidadão comum, garantindo assim a sua lealdade. Eles têm acesso a alimentos, remédios e até mesmo luxos em um país onde a escassez é a norma.

As perguntas que ficam é: o que o Ministério da Defesa do Brasil ganha com um diálogo direto com um regime que manipulou tão profundamente suas forças armadas para manter um governo autoritário no poder? Será que o Ministro da Defesa de Lula quer aprender um pouco com a experiência alheia?

Mas, há ainda um outro aspecto ainda mais importante.

Em junho, o Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, revelou que teve uma conversa telefônica com seu homólogo brasileiro, José Múcio Monteiro, sobre o restabelecimento das relações em cooperação militar e segurança de fronteira entre as duas nações. Padrino López não forneceu mais detalhes sobre a conversa. Nicolás Maduro já havia anunciado que pretendia reativar a cooperação em segurança fronteiriça com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Maduro, essa cooperação buscará assegurar uma "fronteira de paz, prosperidade e tranquilidade" entre os dois países.

A imprensa brasileira simplesmente NÃO NOTICIOU o fato. Eu tirei as informações da mídia em Espanhol da Venezuela, pois não achei nada em português (sim, eu sei: "o jornalismo profissional morreu" ).

Vamos lá gente. Como é que podemos aceitar a ideia de que as Forças Armadas brasileiras vão cooperar com a Venezuela em "segurança fronteiriça"? Isso seria como pedir ao lobo que cuide das ovelhas! A Venezuela não é apenas um estado autoritário, é uma narco-ditadura. Como eu disse, alguns dos altos comandantes militares venezuelanos são literalmente procurados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por narcotráfico e outros crimes. Então, o que estamos fazendo? Colocando traficantes para cuidar da nossa segurança fronteiriça?

É preciso perguntar: a quem isso beneficia? Com certeza, não é ao cidadão brasileiro que quer ver a lei e a ordem mantidas em nossas fronteiras e as drogas longe da nossa cidade. Talvez beneficie àqueles que visitam a Maré sem serem perturbados, àqueles que usam boné do CPX ou àqueles que querem liberar as drogas via decisão de togados.

Este é um movimento que levanta sérias bandeiras vermelhas. As Forças Armadas do Brasil têm um papel sério e constitucional a cumprir que inclui a DEFESA DA PÁTRIA. Elas não podem se sujeitar a alianças que colocam em risco a integridade e a soberania do país.

E aqui está o ponto: se Nicolás Maduro conseguiu transformar as Forças Armadas venezuelanas em uma extensão de seu regime autocrático e corrupto, o que nos faz pensar que uma "cooperação" com tal entidade resultará em algo positivo para o Brasil? O fato é que o exército venezuelano tornou-se um pilar de um regime ditatorial, envolvido em inúmeras atividades ilícitas. E agora nossos militares vão sentar à mesa com eles para discutir "segurança" nas fronteiras?

Então eu pergunto, para que diabos servem as nossas Forças Armadas se estão dispostas a se sujeitar a isso? Este é um ponto que merece, no mínimo, um debate sério e investigações imediatas para esclarecer as reais intenções por trás de tal "cooperação".

  • Paulo Figueiredo Filho é jornalista perseguido pelo STF brasileiro.

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Você também pode deve enviar recursos para o exterior. Recomendo que faça através de imóveis com o pessoal da FAQ Assessoria que eu confio muito: http://www.seuimovelnaflorida.com.br

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Em áudio, advogado de Mauro Cid desmente Rede Globo! Ouça!

O advogado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordem, divulgou agora a pouco um audio em grupos da internet onde contraria as notícias dos jornais - especialmente da Globo - que dariam conta de uma delação de Cid contra o ex-presidente.

"A defesa não está jogando Cid contra Bolsonaro. Isso não é justo com o Cid ou com o Bolsonaro. Não conhecemos nada disso. Não tem nenhuma suspeita. Não há nada de corrupção do Bolsonaro. Muito menos de militares e generais. Estão criando uma fantasia". Disse o Dr. Cezar Bitencourt, responsável pela defesa técnica do tenente coronel.

Confira a íntegra do áudio!

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PF Bullet-In 23/05/2025 - Principais notícias e vídeos do dia

Ameaça de sanções americanas se amplia para todo o STF enquanto governo Lula tenta conter crise

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PF Bullet-In 23/04/2025 - Principais notícias e vídeos do dia

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Em declaração contundente sobre o projeto de anistia, o ministro Alexandre de Moraes questionou: "Se invadissem a sua casa, você pediria anistia?", intensificando o embate retórico sobre o tema. Enquanto isso, informações sobre o que Bolsonaro aceitaria flexibilizar no projeto indicam busca por alternativas viáveis para aprovação da proposta, face às resistências institucionais.

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Democratas Sinalizam Que Podem Não Aceitar Uma Vitória de Trump em 2024
Vários Democratas da Câmara sinalizaram que não certificariam uma vitória presidencial de 2024 de Donald Trump, baseando-se na 14ª Emenda para reivindicar que Trump é um golpista e, portanto, inelegível para ocupar o cargo.

Democratas incluindo os Representantes James Clyburn (SC), Jamie Raskin (MD), Adam Schiff (CA), Eric Swalwell (CA) e até o Líder da Minoria da Câmara, Hakeem Jefferies, recusaram-se a dizer que certificariam Trump no cargo se ele vencesse a eleição de 2024.

Como Dan McLaughlin explicou no National Review, os Democratas poderiam ter os votos para sustentar uma objeção a uma vitória de Trump se assumirem o controle da Câmara.

“Apenas uma maioria simples é necessária, e ao contrário de quando a Câmara escolhe um presidente sob a Décima Segunda Emenda, eles não votam por estados,” ele escreveu. “Diferente de 2016 ou 2004, quando estavam na minoria, os Democratas da Câmara poderiam estar brincando com munição de verdade.”

Ainda assim, a maioria dos senadores também teria que objetar a uma vitória de Trump. Isso provavelmente exigiria 51 senadores, e como McLaughlin apontou, isso seria uma tarefa difícil para os Democratas:

“Eles têm que manter cada assento que atualmente ocupam (boa sorte em West Virginia), ou tomar um assento mantido por um Republicano (o mais azul dos quais é ou de Ted Cruz no Texas ou de Rick Scott na Flórida),” ele disse.

Uma maneira potencial de contornar parte desse caos repousa na Suprema Corte, que ouviu argumentos orais mais cedo este mês em Trump v. Anderson, um caso sobre se um estado, neste caso Colorado, pode manter Trump fora da cédula com base na 14ª Emenda. Se a alta corte der clareza sobre a questão da elegibilidade de Trump, especificamente que ele é elegível, então os Democratas não teriam espaço para objetar com base nisso.

Os argumentos, até agora, têm sido favoráveis a Trump. Quase todos os juízes, incluindo os liberais, pareciam extremamente desconfortáveis em se aliar ao Colorado com base na Seção 3 da 14ª Emenda. Notavelmente, essa provisão foi promulgada imediatamente após a Guerra Civil em um esforço para impedir qualquer pessoa que se envolveu em uma “insurreição” de ocupar um cargo.

O advogado Jonathan Mitchell, que argumentou em nome de Trump, argumentou que a Seção 3 não menciona “presidente”, mas sim um “oficial dos Estados Unidos”, o que ele diz incluir funcionários nomeados, não eleitos. Outro argumento centrava-se em torno do Colorado adicionando uma qualificação a Trump ao considerá-lo um insurrecional e então desqualificá-lo antes da eleição.

Algumas das maiores resistências às reivindicações do Colorado vieram da Juíza Elena Kagan.

“Por que um único estado deveria ter a capacidade de fazer essa determinação não apenas para seus próprios cidadãos, mas também para a nação?” ela pressionou a equipe legal do Colorado.

 

“Isso soa terrivelmente nacional para mim... se você não fosse do Colorado, e você fosse de Wisconsin, ou você fosse de Michigan, e o que o secretário de estado de Michigan fez vai fazer a diferença entre se o candidato A é eleito sobre o Candidato B? Isso parece bastante extraordinário.”

 

 

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Urgente! Jornalista português é detido pela Polícia Federal brasileira em Guarulhos
Sérgio Tavares é conhecido como o "Allan dos Santos" de Portugal está no Brasil para cobrir as manifestações da Av. Paulista

Sérgio Tavares, um reconhecido jornalista português, foi detido pela Polícia Federal do Brasil na manhã de hoje, ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos. Tavares viajou ao Brasil com o propósito de cobrir as manifestações previstas para ocorrer na Avenida Paulista nesta tarde.

O passaporte português do jornalista está retido pelas autoridades brasileiras. Até o momento, não foi apresentada nenhuma justificativa oficial para a detenção do cidadão português, um fato que já ganhou repercussão na internet, mas parece ser negligenciado pela mídia tradicional, tanto brasileira quanto portuguesa.

Um advogado já se encontra no aeroporto em defesa de Tavares, e a embaixada de Portugal no Brasil foi acionada para acompanhar o caso.

Recentemente, Tavares fez uma declaração pública através das redes sociais: "Estou sendo interrogado pela Polícia Federal sobre declarações minhas sobre urnas, fraude eleitoral, ditadura do judiciário e vacinas. Por orientação do advogado de defesa, mantenho-me em silêncio. São Paulo, 10:14".

O caso segue em desenvolvimento, enquanto a comunidade internacional aguarda mais informações e possíveis desdobramentos sobre a situação do jornalista português em território brasileiro.

Atualização 11:00: o jornalista foi liberado, mas o abuso de autoridade permanece. Ele foi convidado a participar do Paulo Figueiredo Show da próxima terça-feira. 

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Tensão: Exército prepara celas para eventual prisão de Bolsonaro e militares, diz site
Preparativos no Quartel: Alojamento Militar Pronto para Eventuais Detenções de Alto Escalão

Em um contexto de investigações intensificadas e depoimentos programados para a próxima quinta-feira, o Exército Brasileiro organizou uma nova área de detenção para abrigar indivíduos detidos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Esta medida ocorre em uma semana de atividades aceleradas no Quartel General em Brasília, onde está prevista a tomada de depoimentos de oficiais de alta patente sob suspeita de envolvimento em atividades consideradas conspiratórias.

O líder militar Tomás Paiva supervisionou a preparação para acomodar possíveis detidos.

Conforme revelado por uma fonte de alto escalão do Exército ao veículo Radar, um espaço específico no Comando Militar do Planalto, situado dentro do Quartel General, foi adaptado para servir como local de detenção.

"É crucial estarmos preparados. Considerando o status dos possíveis detidos, precisamos oferecer uma infraestrutura adequada, especialmente porque estamos sujeitos à inspeção do STF logo após as detenções", explicou o oficial ao Radar.

A expressão "antiguidade" no contexto militar refere-se aos generais e outros oficiais de alta patente, destacando que até o ex-presidente Jair Bolsonaro, que detém a patente de capitão, teria direito a ser detido em uma instalação militar.

Inclusive aliados de Bolsonaro, antecipando uma possível ordem de detenção por parte de Moraes — "com ou sem embasamento legal", conforme eles apontam —, veem o Quartel General do Exército como o local adequado para a custódia do ex-presidente em caso de prisão.

Dentre os investigados pelo STF, estão figuras como os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e outros oficiais que foram implicados em comunicações suspeitas ou mencionados por Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro que colaborou com a Polícia Federal por meio de um acordo de delação.

 

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