Em um dia marcado por controvérsias políticas, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) expressaram indignação contra a recente aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, da proposta que limita os mandatos dos ministros da Corte.
O ministro Gilmar Mendes foi até as redes sociais para manifestar sua insatisfação:
"Agora, ressuscitaram a ideia de mandatos para o Supremo. Pelo que se fala, a proposta se fará acompanhar do loteamento das vagas, em proveito de certos órgãos. É comovente ver o esforço retórico feito para justificar a empreitada", escreveu o ministro. Ele continuou, fazendo uso da polêmica tese de que houve uma "tentativa de golpe" no país, para sugerir que os outros poderes deveriam ser o foco das atenções: "Após vivenciarmos uma tentativa de golpe de Estado, por que os pensamentos supostamente reformistas se dirigem apenas ao Supremo?"
O presidente do STF, ministro Luiz Roberto Barroso, também manifestou resistência à proposta. Segundo ele, "Não é hora de mexer no STF":
"De modo que eu, honesta e sinceramente, considerando uma instituição que vem funcionando bem, eu não vejo muita razão para se procurar mexer na composição e no funcionamento do Supremo", afirmou Barroso, misturando o papel da Corte com o do Congresso Nacional. "Acho que o lugar em que se fazem os debates públicos das questões nacionais é o Congresso. E, pessoalmente, acho que o Supremo, talvez, seja uma das instituições que melhor serviu ao Brasil na preservação da democracia", complementou.
Essas declarações chegam logo após o ministro Alexandre de Moraes, em retórica desafiadora, dizer que quem odeia o STF é uma "minoria".
A revolta dos ministros revela um divórcio com a percepção pública e a realidade do país, conforme a proposta de limitação de mandatos ganha tração no Congresso. Fica cada vez mais evidente que somente manifestações populares poderão trazer à luz a realidade nua e crua para os magistrados da mais alta Corte do país.
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