O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores que não gostam de trabalhar (PT) finalmente emitiu uma resolução sobre o conflito em Israel e Palestina. A nota, aprovada no dia 16 de outubro de 2023, deixa claro o apoio do partido à luta do povo palestino desde os anos 1980 e relativiza a situação condenando os atos de violência cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel.
Israel, uma democracia consolidada com um histórico de respeito às liberdades civis, foi atacado no dia 7 de outubro por terroristas do Hamas, um grupo que pede abertamente o fim do Estado de Israel. Entretanto, o PT optou por ignorar essas informações.
Na nota, o PT alega que "O PT condena, desde sua fundação, todo e qualquer ato de violência contra civis, venham de onde vierem." No entanto, eles também acusa Israel de cometer "um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra."
O termo "genocídio" é utilizado com liberalidade pelo partido para atacar os seus adversários, mas nunca para responsabilizar os massacres perpetrados pelos regimes socialistas, quando a expressão seria de fato apropriada. Atualmente, a Colombia vive uma crise diplomática justamente pelo posicionamento do ex-guerrilheiro socialista Gustavo Petro, que também chamou o estado de Israel de "genocida".
O documento fecha com um chamado para a militância do PT: "O PT convoca sua militância a participar das atividades em defesa da paz, em defesa da solução dos dois Estados (Palestina e Israel) e em defesa dos direitos do povo palestino a uma vida pacífica e com soberania nacional." Claramente um "apito de cachorro" para os protestos contra Israel promovidos pela esquerda que estão eclodindo pelo mundo.
Esta nota oficial deixa claro que o partido está alinhado com uma posição pró-Palestina e reitera suas relações oficiais com a Autoridade Nacional Palestina, mas ignora as relações informais que vários dos seus membros tem com o Hamas.
Em um livro, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, nome mais forte do partido nas relações internacionais, disse por exemplo se sentir “encorajado” com a ideia de o grupo Hamas poder “desempenhar um papel central na restauração dos direitos palestinos”.
A nota divulgada pelo PT consolida a posição do partido de Lula é alinhada com as posições anti-Israel de boa parte da esquerda no mundo, mas tem repercussões desastrosas para a imagem do Brasil na comunidade internacional que se colocou em peso ao lado de Israel, com a exceção de alguns países governados pela esquerda, Irã e Rússia.
Leia a íntegra da nota:
Resolução sobre a situação na Palestina e Israel
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunido no dia 16 de outubro de 2023, aprovou a seguinte resolução sobre a situação na Palestina e Israel:
O PT apoia, desde os anos 1980, a luta do povo palestino por sua soberania nacional, bem como a Resolução da ONU pela constituição de dois Estados Nacionais, o Estado da Palestina e o Estado de Israel, garantindo o direito à autodeterminação, soberania, autonomia e condições de desenvolvimento, com economia viável para a Palestina, buscando a convivência pacífica entre os dois povos;
O PT historicamente mantém relações partidárias unicamente com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), assim como com a Autoridade Nacional Palestina sediada em Ramallah;
O PT condena, desde sua fundação, todo e qualquer ato de violência contra civis, venham de onde vierem. Por isso, condenamos os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realiza, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra;
O PT parabeniza os esforços empreendidos pelo Governo brasileiro, sob a condução do Presidente Lula, voltados à repatriação rápida de brasileiros na região do conflito e pelo acesso à ajuda humanitária na região da Faixa de Gaza, com a retirada dos bloqueios impostos por Israel que impactam diretamente a população civil, além do pronto restabelecimento do fornecimento de água, energia elétrica, alimentos, medicamentos e combustíveis na região, bem como a defesa da imediata libertação dos reféns civis israelenses.
O PT manifesta apoio à atuação do Brasil, inclusive no Conselho de Segurança da ONU, em linha com a tradição diplomática brasileira, em prol de um cessar-fogo imediato e pelo cumprimento das resoluções da ONU, especialmente as que garantem a existência do Estado da Palestina e uma relação pacífica com Israel;
O PT alerta contra os riscos de uma escalada do conflito. O mundo não precisa de mais guerras. O mundo precisa de paz;
O PT convoca sua militância a participar das atividades em defesa da paz, em defesa da solução dos dois Estados (Palestina e Israel) e em defesa dos direitos do povo palestino a uma vida pacífica e com soberania nacional.
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
Brasília, 16 de outubro de 2023