Um levantamento da Atlas Intel e outro da Aresco dão a Milei, o libertário, uma vantagem de pouco mais de 4 pontos; o impacto da falta de combustível e o acordo de Macri com o candidato da La Libertad Avanza
Até agora, apenas uma pesquisa colocava o libertário à frente do ministro. Agora, dois novos estudos se juntam a essa medição da CB Consultores, colocando Javier Milei, o carismático candidato da La Libertad Avanza, acima do Ministro da Economia Sergio Massa. Um relatório da Atlas Intel - a consultoria brasileira que conseguiu registrar com precisão o crescimento do ministro antes das eleições gerais - dá a Milei uma vantagem de 4 pontos percentuais sobre Massa, o candidato da Unión por la Patria: 52% para o libertário contra 48% para o titular da Fazenda.
O outro relatório é da Aresco, cujo diretor, Federico Aurelio, sem dar números precisos, havia antecipado que o líder libertário estava alguns pontos acima do ministro. O estudo, construído sobre um universo de 6000 casos, mostrou que tanto na tendência quanto na projeção há uma distância maior que 4 pontos entre os dois candidatos, favorecendo Milei. No parâmetro "tendência", Milei obtém 46,6% contra 42,4% de Massa e na projeção, a distância aumenta: 52,4% para o libertário contra 47,6% para o ministro.
O extenso relatório da consultora brasileira aponta, entre muitos outros dados, que Milei consegue captar mais de 73% dos votos de Juntos por el Cambio, com maior adesão (81,6%) entre os eleitores que se inclinaram - majoritariamente - por Patricia Bullrich. Um detalhe que explica quase por si só como a figura de Milei se eleva sobre a de Massa. Por outro lado, a distribuição do sufrágio entre os eleitores de seu rival na interna, o chefe portenho Horacio Rodríguez Larreta, e o governador cordobês Juan Schiaretti, é mais equilibrada.
Milei também consegue superar Massa em uma série de problemas que buscam captar a confiança que cada um dos candidatos inspira para resolvê-los. Assim, a imagem do libertário se destaca nos assuntos relacionados à economia (inflação, emprego e pobreza), segurança e corrupção, que são também as principais preocupações dos entrevistados. Nessa linha, 79% afirmaram que a criminalidade está aumentando no país, contra 5,6% que disseram o contrário. O Ministro da Economia só leva vantagem na "defesa das instituições democráticas" e nos Direitos Humanos.
Uma das conclusões a que chega o estudo realizado pela Aresco sugere que o voto que acompanha o ministro Massa está motivado pela conservação de uma série de consensos sociais ou "questões que já existem", como a educação pública, a saúde pública e "questões sociais". Por outro lado, o voto do libertário se apoiaria em uma "vocação de mudança" em relação ao atual governo, embora muitas de suas propostas tenham entre seus próprios eleitores um acordo minoritário.
A flexibilização na venda de armas e nas restrições no mercado de venda de órgãos, dois temas que com diferentes intensidades sobrevoaram a campanha de Milei, geram uma ampla rejeição entre todos os entrevistados no estudo da Atlas. Apenas 21% dos entrevistados concordam com a flexibilização do mercado de armas e apenas 9% com a de órgãos.
O mesmo grupo manifestou majoritariamente concordar com a redução dos gastos do governo (67% a favor, contra 16% que se manifestou contra). Um total de 56% concordou com a seguinte afirmação: "A Argentina está atualmente seguindo o mesmo caminho econômico que a Venezuela já experimentou anteriormente". Da mesma forma, 77% dos entrevistados qualificaram como "ruim" o rumo da economia.
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