A vitória do ultraliberal Javier Milei na Argentina despertou nos corredores do Itamaraty e do Partido dos Trabalhadores (PT) preocupações quanto ao panorama político internacional, particularmente com relação às eleições americanas de 2024. Segundo a jornalista Andrea Sadi em reportagem para o portal G1, fontes diplomáticas e do partido governista brasileiro acendem alertas para um cenário onde o democrata Joe Biden apresenta escassas chances de reeleição diante de Donald Trump, a menos que surjam mudanças significativas no quadro eleitoral norte-americano.
As especulações apontam para a necessidade de um novo candidato democrata capaz de apresentar uma competição mais acirrada contra o republicano. Na ausência de tal figura, preveem que a Argentina pode não ser a única nação a ser liderada por um ultraliberal nos próximos anos.
Diante da possibilidade de Trump reassumir a presidência da maior economia do mundo, estrategistas do Itamaraty consideram que as principais áreas de atuação do Brasil se concentrariam na Europa e no Sul global. Ainda segundo as fontes consultadas, o acordo entre Mercosul e União Europeia poderia ser firmado até o final do ano, apesar do novo cenário político argentino.
Com relação ao relacionamento com Javier Milei, o governo brasileiro adota uma postura de cautela, optando por aguardar quais promessas de campanha do novo presidente argentino se converterão em ações concretas. Oficialmente, o Brasil se coloca à disposição para cooperação.
Por outro lado, a oposição liderada por figuras bolsonaristas celebra o resultado argentino como um sinal de esperança para o continente, já vislumbrando as eleições brasileiras de 2026. Esse entusiasmo se reflete nas redes sociais, onde a vitória de Milei é festejada e interpretada como um prenúncio de mudanças políticas na região.
Para os aliados de Lula que adotam uma visão mais pragmática, o triunfo de Milei serve como um lembrete de que a esquerda deve solidificar uma frente ampla e coesa, transcendendo o status de mero slogan eleitoral. A vitória do presidente argentino é vista pelo governo brasileiro sob uma ótica comparativa com a ascensão de Bolsonaro em 2018, inclusive em termos percentuais.
Essa análise tem impulsionado conversas nos bastidores políticos, nas quais se ressalta que o "espírito do tempo é de direita". A preocupação se estende para o futuro político brasileiro, pois se uma inclinação ao centro não for efetivamente implementada pelo governo Lula, o ano de 2026 poderá testemunhar desdobramentos políticos semelhantes.
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