CIDADE DO MÉXICO — Após a Suprema Corte do México descriminalizar o aborto, Eduardo Verástegui, ativista de direita e produtor de cinema, formalizou sua candidatura independente para a eleição presidencial de 2024.
"Este momento de luto me faz lembrar o motivo pelo qual estou nesta jornada", disse o ex-ator aos apoiadores.
Empenhado em coletar 1 milhão de assinaturas até janeiro para oficializar sua candidatura, Verástegui, aos 49 anos, tem provocado debates neste país de maioria católica, onde ativistas pró-aborto e da comunidade LGBTQ+ também promovem campanhas significativas.
Diferente de muitos políticos mexicanos que evitam posicionar-se claramente sobre religião, direitos LGBTQ+ e aborto, Verástegui usa suas redes sociais para compartilhar orações e afirma que se aproximar de Deus mudou sua vida. Ele se posiciona publicamente contra o aborto e promete combater o acesso ao procedimento caso seja eleito.
"Compartilho dos valores e da fé católica dele", disse Alejandra Hernández, de 46 anos, presente em um encontro de voluntários que apoiam Verástegui.
Felícitas Díaz, de 65 anos, afirmou seu apoio ao único candidato claramente anti-aborto. "Não é certo tirar vidas inocentes", disse Díaz, refletindo sobre o acesso ampliado ao aborto. "Fiquei preocupada sobre em quem votar, mas quando soube dele, vi uma luz no fim do túnel."
Raúl Tortolero, escritor e apoiador de Verástegui, descreve o candidato como um expoente de uma "nova direita", defendendo valores cristãos e princípios como a família e a propriedade privada.
Verástegui propõe um projeto político denominado "Deus, Pátria e Família", visando integrar valores cristãos ao governo e atrair eleitores jovens.
"Somos patriotas, não extrema-direita como dizem. Somos homens e mulheres corajosos que não querem deixar seu futuro nas mãos de políticos corruptos", disse Isaac Alonso, jovem empresário e apoiador de Verástegui.
Frida Espinoza, cofundadora de uma organização pró-vida, se inspira na trajetória de Verástegui, de renúncia à fama em prol da fé, e o apoia mesmo com poucas chances de disputar as eleições contra candidatos progressistas.
Eduardo Verástegui construiu sua carreira desafiando expectativas, migrando para os EUA após um início de carreira no México. Sua história pessoal, de mudança e comprometimento com a fé, ressoa com eleitores que buscam alternativas aos políticos tradicionais.
"Não sou santo, cometi erros", diz Verástegui, "mas reconheço a ação de Deus na minha vida, e isso é fundamental."