Em 2023, o Brasil testemunhou seu segundo maior déficit primário registrado na história, acumulando R$ 119,6 bilhões de janeiro a novembro, conforme anunciado pelo Banco Central na sexta-feira (5 de janeiro de 2024).
Esse déficit é apenas superado pelo ocorrido em 2020, ano marcado pelo início da pandemia de covid-19, que exigiu aumentos significativos nos gastos públicos para mitigar os impactos da crise sanitária.
O déficit primário, que reflete a diferença entre receitas e despesas antes do pagamento dos juros da dívida, aponta para uma gestão fiscal preocupante sob a administração Lula, indicando um gasto governamental que supera a arrecadação. Essa dinâmica é preocupante pois sinaliza um potencial agravamento da dívida do país.
Detalhadamente, o setor público consolidado, que inclui a União, estados, municípios e empresas estatais, apresentou um déficit fiscal total de R$ 651,1 bilhões de janeiro a novembro de 2023. Esse resultado é contrastante com os superávits de R$ 64,6 bilhões e R$ 137,8 bilhões registrados nos mesmos meses de 2021 e 2022, respectivamente. Comparando 2023 com 2022, houve uma deterioração acentuada nas contas públicas de R$ 257,4 bilhões.
O déficit alarmante foi impulsionado principalmente pelas contas do governo central, composto pelo governo federal e Banco Central, que sozinho registrou um déficit de R$ 137 bilhões de janeiro a novembro. Apesar de os estados, municípios e empresas estatais também apresentarem saldos negativos, foi o governo central que mais contribuiu para o déficit consolidado de R$ 119,6 bilhões.
A situação evidencia uma preocupação crescente com a sustentabilidade fiscal do país sob a gestão atual, destacando a necessidade de medidas eficazes para reverter essa tendência preocupante.