Uma nova sondagem da AtlasIntel, realizada entre 7 e 8 de janeiro de 2024, revela percepções interessantes sobre os controversos eventos do 8 de janeiro. De acordo com este estudo, apenas 18,8% dos participantes acreditam que a intenção dos atos extremistas ocorridos no aniversário de um ano dos ataques era instaurar um golpe de Estado. Este número contrasta com a narrativa apresentada durante as homenagens oficiais no Congresso Nacional.
O estudo, que entrevistou 1.200 indivíduos através de um questionário online e obteve respostas de todas as regiões brasileiras, também aponta que uma maioria esmagadora, cerca de 80%, defende firmemente a democracia. Além disso, quase 60% dos entrevistados expressaram a opinião de que a democracia brasileira esteve em risco durante esses eventos.
Em relação à invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, 59% dos entrevistados consideram tais ações como "completamente injustificadas". Este número mostra um aumento de 6 pontos percentuais em relação à pesquisa realizada no ano anterior, que registrou 53% para a mesma pergunta. Interessantemente, apenas 15% acreditam que as ações foram "parcialmente justificadas", uma queda significativa em comparação com os 28% registrados em 2023.
Segundo o recente levantamento da AtlasIntel, as motivações por trás dos ataques ocorridos em 8 de janeiro são variadas, com o "fanatismo político e polarização" liderando as causas com 34,2%. Outras razões incluem "fraude eleitoral" (20,8%), "tentativa de golpe de Estado" (18,8%) e "manipulação de terceiros" (12,2%). Durante a cerimônia de recordação dos eventos, autoridades enfatizaram que a manifestação constituiu um "atentado contra a democracia", ressaltando a necessidade de pacificação e combate à polarização política.
Os ataques são vistos por membros do governo como uma tentativa de desestabilizar o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O discurso oficial defende que as ações do Executivo e Judiciário foram cruciais para "salvar a democracia" no Brasil. Em seu discurso na ocasião, Lula ressaltou que "não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo", e mencionou que um golpe bem-sucedido levaria o país ao caos social e econômico.
Sobre a percepção de risco à democracia, 59,2% dos entrevistados acreditam que houve algum risco devido aos eventos de 8 de Janeiro, com 43,3% considerando o risco alto e 15,9% avaliando como moderado.
Outros dados destacados na pesquisa incluem:
- 80% dos participantes apoiam a democracia como sistema político ideal para o Brasil;
- 42,8% consideram as punições aos invasores exageradas, enquanto 36,1% as veem como adequadas;
- 52,1% atribuem a Jair Bolsonaro (PL) a responsabilidade pela invasão do Congresso, Palácio do Planalto e STF;
- 52,8% opinam que Bolsonaro deveria enfrentar punições legais pelos eventos de 8 de janeiro, com 53,4% defendendo sua prisão e 53,1% a perda de seus direitos políticos.