O presidente russo Vladimir Putin recentemente assinou um decreto que declara todas as vendas de patrimônio e territórios realizadas pela Rússia em seu período imperial como "ilegais". Este decreto inusitado sugere que esses territórios, agora em mãos estrangeiras, podem ser considerados como "ocupados por forças estrangeiras". É importante destacar que, historicamente, o único território significativo vendido pela Rússia Imperial foi o Alasca, adquirido pelos Estados Unidos.
Em resposta a esse decreto, o Departamento de Estado dos EUA desconsiderou qualquer possibilidade de discussão sobre a devolução do Alasca. Vedant Patel, porta-voz adjunto principal do Departamento de Estado, expressou, com um tom de humor, durante uma coletiva de imprensa, que:
"Certamente, [Putin] não vai recuperá-lo".
O decreto de Putin direciona a administração presidencial e o Ministério das Relações Exteriores russos na busca por propriedades no território da atual Federação Russa, do antigo Império Russo e da antiga URSS, visando o registro adequado dos direitos e a proteção legal desses imóveis.
A natureza vaga do decreto gerou interpretações variadas. Alguns blogueiros ultranacionalistas viram isso como um incentivo para reafirmar reivindicações russas sobre territórios que antes pertenciam ao Império Russo, enquanto contas pró-ucranianas nas redes sociais interpretaram incorretamente o decreto como uma declaração de que a venda do Alasca pelos russos aos EUA em 1867 foi ilegal ou ilegítima.
O presidente russo já fez comentários minimizando a importância da "venda barata" do Alasca, embora aliados próximos a ele tenham insinuado que a Rússia poderia reconsiderar o assunto como uma disputa territorial. As declarações do Departamento de Estado dos EUA reiteram que não há espaço para negociações sobre a soberania do Alasca.