Na segunda-feira, a Polícia Federal (PF) lançou uma nova operação para investigar alegações de espionagem ilegal associadas à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o mandato de Alexandre Ramagem como diretor. Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, está no centro dessa investigação.
De acordo com informações, a PF executou mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. As tentativas de contato com o vereador não obtiveram retorno até o momento.
Carlos Bolsonaro, nascido em 1982, é vereador desde 2001, eleito aos 17 anos, e é notável por sua independência e gestão estratégica nas redes sociais para as campanhas de seu pai. Ele se afastou de suas funções com licença não remunerada antes do primeiro turno das eleições de 2022.
Em uma operação conexa na quinta-feira, 25 de janeiro de 2024, a PF focou no deputado Alexandre Ramagem, realizando buscas em seu gabinete na Câmara dos Deputados e outros locais. Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação se baseia em um relatório da PF que sugere o uso da Abin para fins políticos sob a liderança de Ramagem.
Ramagem, que liderou a Abin de julho de 2019 até março de 2022, negou ter favorecido a família Bolsonaro durante seu mandato e afirmou não ter acesso a sistemas de espionagem utilizados para monitorar políticos e jornalistas.
Estas operações são parte de uma investigação mais ampla iniciada no ano passado, quando a PF alegou que a rede de telefonia brasileira foi invadida várias vezes usando recursos da Abin, com o objetivo de espionar adversários políticos.